CURTIR

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O DIA "D"

Não sabia o real valor da vida! Não me dava conta do mal que causava a muita gente, especialmente minha esposa, companheira das horas amargas, meus filhos, meus amigos, colegas de trabalho, pela minha maneira exagerada de beber.

O grande dia "D" de minha vida foi quando um amigo falou-me sobre a literatura de A.A. e convidou-me a assistir uma reunião. Não pensei duas vezes, aceitei o convite.

A reunião foi no Grupo Força e Esperança. O nome do grupo me serviu de incentivo, pois, estava precisando da força do amigo e esperança de caminhar até o final do túnel em busca do meu caminho.

Hoje, ao ouvir os depoimentos dos companheiros em cabeceira de mesa sobre os desencantos do álcool tiro a seguinte conclusão: o ontem, já passou, é irreversível e o amanhã, não nos pertence e sim, a um Poder Superior a nós. Resta-me hoje, e este, sim, depende unicamente de levar em frente o legado do A.A., pedindo sempre ao Onipotente Deus que me livre de uma recaída e me conduza pela trilha do bem.

Hoje me sinto uma pessoa especial; voltei à sala de aula depois de quarenta e cinco anos; estou totalmente renovado, de bem comigo, com a natureza, com minha família, com meus amigos e consegui resgatar junto aos colegas de trabalho o respeito e a admiração. Para mim o plano de 24 horas, está sempre se renovando, na certeza de ter selado um grande compromisso comigo, com todos que fazem parte de minha vida e com o meu Poder Superior.

Atingindo o fundo do poço, minha mente abriu e fiquei disposto a tentar algo diferente. O que tentei foi A.A. Minha nova vida em A.A. pode-se comparar como aprender a andar de bicicleta pela primeira vez. A.A. tornou-se minha bicicleta de treinamento e minha mão de apoio. Não é que eu desejasse tanto a ajuda; simplesmente não queria voltar a sofrer essas coisas novamente. Meu desejo de evitar voltar ao fundo novamente foi mais forte que meu desejo de beber. No começo isso foi que me manteve sóbrio. Porém, após algum tempo, descobri a mim mesmo trabalhando Os Passos o melhor que podia. Em breve percebi que minhas atitudes e ações estavam mudando aos poucos. "Um Dia de Cada Vez", senti-me bem comigo mesmo, com os outros e minhas feridas começaram a cicatrizar. Agradeço a Deus pela bicicleta de treinamento e a mão de apoio que escolhi chamar de Alcoólicos Anônimos.

(Fonte: Reflexões Diárias.)   José B./Serra Talhada/PE    -      Vivência nº111 - Janeiro/Fevereiro/2008.

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